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CELESTE 

Maria Celeste Vidal (1927-1998) foi uma dessas mulheres que se pode dizer á frente de seu tempo.

 

Como tantas outras, ela não teve o merecido reconhecimento, ofuscada ante os companheiros do gênero masculino, na história de luta pela Terra, por Justiça e Liberdade, as bandeiras que empunhava com raro entusiasmo.

 

A trincheira de Celeste mais conhecida - que a levou à prisão e à tortura - foi a das Ligas Camponesas. Ela é citada nos arquivos da repressão como um braço direito do líder da Reforma Agrária, Chico Julião.

Maria Celeste Vidal (1927-1998) was one of those women who we can tell ahead of its time.

 

Like so many others, she has not had the recognition it deserves, overshadowed ante fellow male in the history of the struggle for land, for Justice and Freedom, the flags she wielded with rare enthusiasm.

 

The most famous trench Celeste - was the Ligas Camponesas. She is mentioned in the archives of repression as the right arm of a leader of Land Reform, Chico Julião.

Maria Celeste Vidal passou a infância e a adolescência em Água Branca. Foi lá que conheceu o humanismo praticado pelo pai, seu Zezinho, que usava sua sabedoria para atender a gente simples, medicar e orientar. A casa onde viveu ainda mantém o estado original e também as calçadas e suas árvores frondosas,  onde Celeste contava histórias às crianças.

Casou-se em Tabira e lá nasceram os três filhos (Márcia, Max e Murilo). Há em Tabira o  Centro Educacional Profa. Celeste Vidal.

Durante a adolescência ela estudou em Caruaru no colégio das freiras alemãs, Sagrado Coração, onde ela foi chamada de comunista pela primeira vez, quando tinha 14 anos. A mesma opinião da polícia política, que a seguia durante o seu engajamento nas Ligas Camponesas, atuando no Engenho da Galiléia. Ela era citada como um braço direito de Chico Julião nos arquivos da repressão. Ela vivia com os filhos em Vitória de Santo Antão até a eclosão do Golpe de 1964.

No dia 1° de abril de 1964 ela foi presa e torturada. Passou três anos na Colônia Penal do Bom Pastor, no Recife. Foi demitida sumariamente da Secretaria de Educação e jamais conseguiu ser reintegrada. Além de dificuldades financeiras ficaram também sequelas, uma delas problemas auditivos.

Celeste Vidal morreu aos 67 anos (1998), de problemas cardíacos, sem nunca ter cedido um milésimo de fração da sua ideologia. Foi filiada ao PT e à Convergência Socialista, tinha as suas ideias libertárias e jamais fez qualquer concessão ao superficialismo imposto pela sociedade deformada dos dias atuais. 

 

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