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Hiram lutou por justiça

e igualdade

​​Em 1949, já no Recife, Hiram assume a gerência do Jornal Folha do Povo, órgão oficial do Partido Comunista do Brasil (PCB). Eleito Miguel Arraes prefeito do Recife, em 1959, ele assume a Secretaria de Administração. Ao mesmo tempo mantém a atuação no teatro. Une-se a Ariano Suassuna, Leda Alves e Hermilo Borba filho quando fundam o Teatro Popular do Nordeste (TPN), em 1960. Interpreta com brilhantismo o padre Antonio na peça de lançamento do TPN, A Pena e a Lei, de Suassuna e dirigida por Hermilo. Mais tarde, deflagrado o Golpe de 1964, a experiência como ator iria ajudá-lo a despistar a polícia que o perseguia, disfarçado nos personagens que inventava.

​A partir do dia 1º de abril de 1964, Hiram cai na clandestinidade. O cordial Hiram é caçado como um bicho feroz. O IV exército invade sua casa e leva reféns, durante 15 dias, Célia Pereira e a filha, Sacha Lídice. Dias depois levam também os noivos de Sacha e de Nadja. Hiram estava escondido na casa de Ariano Suassuna, a pedido Don Helder, através de Leda Alves e Hermilo Borba Filho.

Antes de ir para a casa de Ariano Hiram esteve na casa do maestro Waldemar de Almeida, padrinho de Hânya, e depois no Seminário de Olinda, sob a atenção de Dom Helder.  Muitas foram as manifestações de solidariedade de amigos e de admiradores. Ao sair do seminário ele ficou um tempo na casa de Rands (Raimundo Rands Barros, pai do ex-deputado federal Maurício Rands), em Boa Viagem, de onde foi resgatado por Leda Alves, que o levou para a casa de Ariano, onde ficou cerca de dois meses. Vai para a casa de Hugo Martins, militante do partido, onde aguarda orientações do partido para a rota de fuga para São Paulo. Na casa de Guri, Hiram era "tio Hilário", conta Marcelo Mário de Melo.

Pelos idos de 1965 a início de 1966, vão todos para São Paulo, onde Hiram poderia se movimentar melhor, já que o tamanho da metrópole lhe garantiria certo anonimato. Usa identidades diferentes, o tratamento mais comum é "Velho". Adota documentação "oficial" com o nome de um parente do genro Ardigam, José Vanildo de Oliveira Almeida, morto logo após o golpe de 1964. Hânya, ainda pequena, morava com Hiram e Célia. Conta que o pai a levava muito ao cinema e a todas as peças de teatro. Apesar da perseguição, Hiram está sempre próximo à família. Fazem churrascos, reúnem-se aos domingos e em datas festivas. Por medida de segurança, ele alugara uma casa "quintal com quintal" da casa (oficialmente) de Célia e da filha Hânya. Na passagem de ano 1974/1975 avistam o pai pela última vez. Ele não vem no dia 15 de janeiro, quando traria discos de MPB recém-lançados para ouvirem.​​

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