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camaradas e amigos

Ariano Suassuna
Paulo Cavalcante​

Nos Tempos de Prestes

(extraído do depoimento ao documentário Lua Nova do Penar)

Conheci Hiram Pereira no Movimento de Cultura Popular – MCP. Quando fundamos o Teatro Popular do Nordeste –TPN,  eu e o querido amigo Hermilo Borba Filho, Hiram juntou-se a nós ,na condição de grande ator que era. A peça de estréia do foi A Pena e a Lei, de minha autoria, no Teatro do Parque, aqui no Recife, em 2 de fevereiro de 1960.  Hiram fez o papel de Padre Antônio.
Com o golpe militar, Hiram passou a ser perseguido, por conta de suas ligações com o Partido Comunista. Primeiro, ele se escondeu no Seminário de Olinda. Depois, a pedido de Hermilo e Leda Alves, ele veio se esconder aqui em casa. Veja que coisa curiosa: uma pessoa amiga nossa, que era de extrema direita e tinha um cunhado militar. Chegou sem avisar. 

 

         (leia a continuação aqui)

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Flávio Tiné

Jornalista, assessor de imprensa da prefeitura do Recife no Governo Pelopidas Silveira. Trabalhou na Ultima Hora, Editora Abril, Estadão e outros Orgaos de imprensa de Sao Paulo, Membro da Comissao de Etica do Sindicato dos Jornalistas de Sao Paulo.

O caso eu conto como o caso foi. 3º volume

 DESAPARECIMENTO DE HIRAM, ATÉ HOJE UM MISTÉRIO

 

O jornalista e ator Hiram de Lima Pereira, natural do Rio Grande do Norte, viveu a maior parte do tempo em Pernambuco, aliando-se às forças populares que elegeram Miguel Arraes de Alencar prefeito do Recife e depois governador do Estado.

 

Militante do PCB, Hiram destacou-se sobretudo pela capacidade de articulação política, transitando com desembaraço pela sociedade e conquistando adeptos à sua luta política.

 

O que pouca gente sabe é que por trás do político sagaz e benquisto havia um pai de família extremamente zeloso pelo bem-estar e progresso de suas quatro filhas e da esposa, a também atriz Célia Pereira.

 

Temeroso de sua integridade física, sobreviveu cerca de dez anos ao golpe de 64 valendo-se de sua capacidade interpretativa. Manteve sua fé e continuou lutando pela revolução pacífica, até que desapareceu misteriosamente após jantar clandestinamente com a família em São Paulo na última noite de 1974. Nunca esqueci sua enorme alegria.

 

Eu estava lá.

Flávio Tiné

 

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