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muita poesia na vida de Hiram

exemplo do HUMOR SARCÁSTICO de Hiram:

Provocado em evento poético, foi dado o mote: “JEIRAS FERTEIS DE AMOR, FLORESCENDO DESEJOS”...
DOIS CAMPOS

Hiram de Lima Pereira -1951

 

Francamente, não vejo em que se possa ter,
Mais respeito por homens sem mentalidade
Pobres homens que apenas contam pra viver
Com as migalhas dos ricos. Que infelicidade!

Recusar-se, um homem, a ver toda a maldade...
E negar, em calar, ou não ouvir e ser:
Instrumento daqueles cuja riqueza
Faz da guerra e da morte o seu maior prazer

Mas, em vão eles tentam sabotar a luta.
Pois o povo que enfrenta a colossal disputa
Justiçando os covardes sem perder ensejos

Quer paz, liberdade e terra que lhe dê pão
E quer ter Pátria livre e soberana e não
“JEIRAS FERTEIS DE AMOR, FLORESCENDO DESEJOS”

Samba de breque, autoria de Hiram de Lima Pereira. Composto em 1937, na prisão, na Casa de Detenção do Rio de Janeiro. Gravado especialmente para o documentário Lua Nova do Penar, sobre Hiram de Lima Pereira.

Voz: Sacha Lídice -

Violão e Guitarra: Maestro Joca Costa -

Percussão: Isaac Sol Costa.

Arranjo e Direção: Maestro Joca Costa.

Gravado no Estúdio Megafone/Natal-RN

Não é conversa para rir

Hiram de Lima Pereira, 1937

Eu só fiquei em casa
Porque não tem sapato pra sair
Por causa disso fui dormir
Meu terno já não se sabe onde que vai cerzir
Não é conversa para rir
Minha gravata parece forca da antiguidade
Minha camisa já não tem costado
Parece que eu vivo de caridade
Meu deus que crise danada estou atravessando
E com essa vida infeliz mesmo assim vou levando
A minha roupa já não serve para eu vestir
ai ai meu deus eu já não tenho nada
E como é que eu vou me divertir

Hiram, Célia e "as meninas" vivam em meio a poesia e a música. O mundo artístico reunia-se em sua casa para saraus alegres com muita música, piadas, poesia.

A música, como afirma a filha Nadja, era fundamental e sempre presente na casa da rua Imperial, onde moraram no Recife desde o início até transferirem-se para São Paulo.
Célia, musicista e eximia pianista, deixou composições belíssimas, que são interpretadas por Nadja com muita maestria. Ela conta que viviam em torno do piano e às vezes faziam letras para as músicas.

As filhas todas tem "veia artística". Zodja seguiu carreira como atriz e hoje tem uma empresa de dublagem; Nadja segue tocando e dá aulas de piano, Sacha Lídice, após aposentar-se passou a dedicar-se à música, canta e prepara um CD. A mais nova, Hânya, fez novelas e peças teatrais quando pequena, mas abraçou o Direito como profissão.

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